Artigos Canários

SINTOMAS DAS DOENÇAS MAIS COMUNS NOS CANÁRIOS


ENTERITE:

Dores abdominais, diarreia, plumas da cloaca sujas pelas fezes, estrias de sangue. Abdómen duro, vermelho violeta. Pára de cantar. Tem muita sede. Emagrecimento rápido. 

INDIGESTÃO / CONSTIPAÇÃO:

Ventre inchado. Fezes duras, cloaca inchada e de cor vermelha. Dificuldade de evacuação.

COLIBACILOSE:

Sonolência. Falta de apetite. O pássaro se retira para um canto da gaiola. Diarreia esverdeada que deixa as penas ao redor da cloaca sujas. Vómitos frequentes de alimentos misturados a uma substância e a um fluido esverdeado. Nesses casos a mortalidade é muita elevada entre o primeiro e o segundo dia. 

SALMONELOSE:

Na forma fulminante o pássaro se retira para um canto da gaiola e fica a dormir, com as penas soltas, asas caídas e com a respiração ofegante. Morte repentina. A parasitose em forma fulminante tem incubação de 1 a 3 dias.  Nota: Durante a criação deve ser evitado o uso indiscriminado de produtos com sulfa, porque esterilizam o macho por 22 dias aumentando bastante o risco de complicações com Cândida.

Na forma aguda o pássaro pára de cantar. Falta-lhe vivacidade e o mesmo se retira para o canto da gaiola com as penas eriçadas e os olhos semi-cerrados. Inapetência, muita sede e diarreia verde-amarelada. Cloaca suja de fezes, ventre inchado e respiração ofegante. Além dos medicamentos indicados no caso precedente, dar sulfas com os cuidados recomendados. Os pássaros que conseguem ser curados ficam por via de regra, portadores de germes.

STREPTOCOCOS:

Sono contínuo. O pássaro se isola em um canto da gaiola. Cloaca suja pela diarreia. Emagrecimento rápido. Respiração ofegante. A cauda e as asas caídas. Aumento do ritmo respiratório, bico aberto. O pássaro pode, de tempos em tempos, emitir ruído agudo.

TIFOS:

Asas caídas, penas soltas e diarreia verde. Mortalidade muita elevada e rápida, entre 12 e 24 horas.

HEPATITE:

Falta de apetite ou fome exagerados. Manchas violáceas no ventre, com hipertrofia do lóbulo hepático  Recomenda-se suspender a papa e manter somente alpista.

VARIOLA / BOUBA:

(Forma Aguda) A princípio, não apresenta nenhum sintoma particular. O pássaro fica apático e se retira para um canto da gaiola com as penas eriçadas e respiração difícil. Na chamada forma diftérica o vírus provoca o aparecimento de pequenas placas como se fossem membranas branco amareladas na boca e nas vias respiratórias causando sérios problemas. Neste caso a antibioticoterapia é geralmente ineficaz; a única acção válida é preventiva por vacinação.

(forma crônica) A princípio, a queda de pequenas penas ao redor dos olhos. As pálpebras engrossam. Pode parecer plefarite com secreção purulenta que fecha o olho. Lesões epiteliais típicas da varíola. Furúnculos com até 5mm de diâmetro, de cor amarelada/esbranquiçada cheios de líquido purulento. Por vezes eles se cobrem de uma membrana que parece casca e atinge com mais frequência a fixação do bico junto a cabeça e cavidade interna do bico, faringe e ouvidos. As generalidades dos sintomas são aquelas da forma aguda.

CORIZA:

Falta de vivacidade, anorexia, corrimento de cerume das narinas, que pode se tornar um ranho purulento, continuamente frequente, com tosse. Respiração difícil.

DOENÇA RESPIRATÓRIA:

(crônica) - D.R.C Dificuldade de respiração, espirros, corrimento nasal e ocular. Esta doença é bastante semelhante a coriza.

SINUSITE INFECCIOSA:

Corrimento frequente das narinas e dos olhos que ficam injetados com inchação ao seu redor, podendo apresentar pus. O pássaro não come e permanece com a cabeça em baixo das penas recolhido num canto do poleiro ou no fundo da gaiola. Esfrega, seguidamente, o bico contra o poleiro ou arame. Respiração difícil. Lavar as narinas e olhos com água morna.

PNEUMONIA:

Falta de vivacidade. Respiração difícil. O bico pode ficar com uma cor violeta. O pássaro coloca a cabeça para trás debaixo da asa. A cauda acompanha o ritmo respiratório.

AEROSACULITE:

Respiração difícil e ruidosa com silvos pronunciados. Falta de vivacidade, o pássaro fica infértil e não canta.

ASMA:

Respiração difícil com acesso asmático muito intenso e frequente. queda do poleiro; morte por asfixia. Nos casos muitos graves, imobilidade, olhos entreabertos, penas soltas. Respiração acelerada intermitente com emissão do pequemos gemidos.

MUDA ANORMAL:

Muda de penas fora de tempo, irregularidade na formação das penas ou quedas contínuas. Identificar e sanar o problema que pode ser: Mudanças bruscas de temperatura; excesso de calor ou frio; local muito húmido ou muito seco; correntes de ar; mudança de alimentação; Stress; baixa luminosidade durante o dia; excesso de luminosidade artificial. Identificada a causa, administrar boa papa enriquecida com vitaminas e minerais diariamente.

TEIGNE:

Manchas redondas ao redor das pálpebras, perto do bico ou ainda nos ouvidos com formação de escamas secas. Desinfectar bem a gaiola.

PARASITOSE EXTERNA:

Queda de plumagem, emagrecimento, anemia demonstrando as patas pálidas e olhar comprimido.

PIPOCAS DA PATAS:

Inchação das juntas e furúnculos nas patas. Aplicar pomada.

STREES:

O pássaro fica sonolento, abatido. Muito especialmente ao retornar de exposições ou viagens longas. Tumulto dentro do canaril provoca agitação nos pássaros, causando-lhes stress.

INFERTILIDADE:

Ovos claros, o pássaro não entra em forma para reprodução . A fêmea recusa sempre o macho ou vice versa. Vitaminas e alimentação sadia devem ser oferecidos aos pássaros para que na época da reprodução estejam em forma. E recomendável administrar Vitamina "E" .

CANDIDIASE:

Penas arrepiadas, falta de apetite, dificuldade para ingerir alimentos, vómitos e as vezes diarreia.

COCCIDIOSE:

A cossidiose raramente provoca mortes rápidas. As penas ficam eriçadas, a ave fica abatida surgindo 0 osso do peito saliente, chamado de peito de falcão. Desidratação e diarreia com fezes com estrias de sangue ou de coloração bem escura.

ASPERGILOSE RESPIRATÓRIA:

O tratamento é difícil; o ideal é prevenir tratando as sementes com um alumínio silicato (sequestrante). Movimento de cauda acompanhando a respiração, abrir e fechar do bico com muita frequência. A respiração em alguns casos é bastante ruidosa. Não há tratamento satisfatório com medicamentos específicos.

ÁCAROS RESPIRATÓRIOS:

Acesso asmático repentino, porém mais frequente à noite e à tardinha, ou depois de se alimentar. Respiração penosa, sibilante, com assobio. Acesso de tosse com expectoração contento muitas ácaros. Plumagem em desalinho, abertura do bico sincronizada com os movimentos respiratórios. Após as crises, os pássaros voltam ao estado de aparente normalidade. A presença de ácaros respiratórios Sternostoma Traqueacolum - ocorre, em maior ou menor grau, na maioria dos criadouros. Isolar o pássaro doente. Desinfectar as gaiolas todos os dias. Aplicar vacinação adoptando o processo de arrancar algumas penas da coxa do pássaro, esfregando, levemente, uma gota de Ivomec. A medição deve ser repetida 15 dias após e na segunda aplicação da vacina não havendo melhora do pássaro, o mesmo não está acometido de ácaros, devendo ser tentado outro tratamento.

CARÊNCIA DE VITAMINAS:


Falta vigor, queda de penas fora de época e falta de apetite. Os machos não cantam e de modo geral pássaro fica adormecido durante o dia no fundo da gaiola.

DOENÇA DA FACA:

A doença da faca é o nome vulgar de várias doenças, entre elas uma causada por parasitas protozoários do grupo dos Coccidios, a coccidiose. Os Coccicdios são protozoários que se multiplicam nas células intestinais. Por vários factores, como por exemplo: stress, mudança brusca de temperatura, alimentação deficiente ou troca de ração ou falta de algumas vitaminas, os Coccidios começam a se multiplicar no intestino, causando lesões consideráveis no epitético intestinal, o que vai causar com que o pássaro diminua sua capacidade de absorção dos nutrientes. Esta diminuição da absorção dos nutrientes causa muita fome na ave, o que leva a ave a comer desesperadamente, daí a frase "morreu dentro do comedor comendo". Esta deficiência leva a um estado de desnutrição aguda, os músculos peitorais são "queimados" para gerar energia, na tentativa de salvar o organismo, mas sempre em vão, o que leva ao quadro de "peito em facção" ou "doença da faca", em seguida o óbito.
Tem cura? em alguns casos e dependendo do estado da ave sim !
Temos vários problemas:
1 - Diagnóstico - é muito difícil diagnosticar Coccidios, pois as vezes estão na fase intracelular, o que não gera oocistos nas fezes.
2 - Os medicamentos disponíveis tem uma certa especificidade, as vezes podem ocorrer espécies do parasito que não são sensíveis a um determinado medicamento.
3 - Temos que entender que existem Coccidiostáticos e Coccidiocidas. Coccidiostáticos não matam os coccidios apenas o mantém dentro das células intestinais sem se multiplicar e sem lesionar o epitélio. Os coccidiocidas actuam matando os coccidios. Muitas vezes o medicamento é o mesmo, apenas a baixa dosagem por um tempo longo actua como coccidiostático e uma dose mais alta por curto período actua como coccidiocida.
A prevenção é a maior arma contra a coccidiose, mantendo a higiene do Canaril e fazendo uso de medicamentos preventivos.

OVO PRESO:

Esta é uma doença fisiológica que afecta as fêmeas. Todas as épocas existem criadores que se queixam de perder fêmeas com ovos presos ou atravessados. A causa disto é quase sempre reprodutores em má condição física aliada a uma falta de cálcio na fêmea devido a posturas demasiado intensas.
A hipocalcémia (falta de cálcio no sangue) surge facilmente quando a fêmea tem de ir buscar e mobilizar as reservas de cálcio nos ossos para a formação da casca do ovo. Quando mantidas em gaiolas as aves devem ter sempre disponível um bloco de minerais ou então concha de choco. Isto e luz solar directa são geralmente meio caminho andado para evitar perder fêmeas deste modo.
Mesmo assim quando notamos que uma fêmea em postura está em dificuldades, se aninha no ninho encolhida e está pouco activa podemos recorrer a um remédio muito eficaz que consiste numa solução de Cálcio líquido a 10% (que podemos adquirir na farmácia), 1 colher de café de açúcar (ou glucose) duas gotas de AD3EC e uma gota de colina para 50ml de água (um bebedouro normal). Esta mistura aplicada no bico da fêmea e colocar esta num local aquecido durante algum tempo produz geralmente resultados imediatos, pois a mistura de Cálcio com a vitamina D3 e açúcar é rapidamente absorvida repondo os níveis normais no sangue e facilitando a contracção muscular para que o ovo saia.
Quem tiver problemas em encontrar cálcio líquido pode usar cálcio em pó dissolvido na água, o que se arranja facilmente raspando uma concha de choco para dentro de um bebedouro. Quase sempre dá bons resultados e em casos menos graves se colocarmos a fêmea logo no ninho dentro de pouco minutos o ovo está posto e o assunto resolvido. É um bom método continuar a fornecer cálcio e AD3EC na água de bebida durante mais 2 a 3 dias. Nestas situações a fêmea pára de pôr geralmente por uns dois dias, o que não é de estranhar, devemos mesmo fazer com que esta pare de pôr separando o casal ou tirando os ninhos pois puxar mais pela fêmea enfraquecida não trará bons resultados.


HIGIENE DO CANARIL E AVES

CUIDADOS ADEQUADOS COM HIGIENE

Revista CORA 2004
Arquivo editado em 07/08/2004
É óbvio que apenas uma boa administração de um criadouro de canários, inegavelmente, não irá evitar o desenvolvimento de epidemias, ou que seja evitado que as aves sejam afetadas por determinadas moléstias; contudo, a absoluta atenção a uma série de detalhes ocorridos no dia-a-dia dentro de um criadouro indubitavelmente irá contribuir para se evitar muitas das moléstias mais comuns. Nesse sentido, a seguir, enumeramos alguns dos principais detalhes, que serão úteis “como lembrete” aos criadores menos experientes (e mais distraídos):
1. Bebedouro sem água, ou água suja;
2. Gaiolas expostas a correntes de ar;
3. Troca brusca de temperatura, interna ou externa;
4. Aves doentes ou aparentemente doentes, e no meio das aves sadias;
5. Verduras velhas ou secas, não lavadas;
6. Verduras ministradas geladas (tiradas da geladeira ou da horta de inverno);
7. Comedouro sujo, cheio de palha ou fezes;
8. Calor ou frio demasiado no ambiente;
9. Gaiolas com as bandejas atulhadas de excrementos e resíduos de alimentos;
10. Total ausência ou excesso de poleiros nas instalações;
11. Poleiros encrostados de excrementos;
12. Instalações com objetos contundentes (fios de arame, ferro ou chapa) expostos;
13. Farinhadas ou pastas alimentares velhas;
14. Aves presas às grades, às bandejas, ou às vasilhas das instalações;
15. Excesso de pó (poeira de terra) no ambiente;
16. Ausência de areia lavada ou farinha de ostras em vasilha especial;
17. Canários oriundos de aquisição recente, juntos com aves do plantel;
18. Excesso de aplicação de desinfetantes e inseticidas
19. Excesso de pessoas estranhas dentro do criadouro;
20. Excessiva movimentação interna das instalações (gaiolas, voadeiras, viveiros, etc., movimentados constantemente);
21. Excesso de aves numa mesma instalação;
22. Protelação na execução de curativos em aves acidentadas; e outros

DESINFECÇÃO E HIGIENE NOS CRIADOUROS  


Alfonso Babra Garcia - Espanha
 Revista Pássaros Nº 64
 Arquivo Editado em 31 Jan 2011 – Criadouro Kakapo
Introdução
 A ação germicida, como fato empírico, figura entre os conhecimentos mais remotos dos homem, muitos antes de conhecer-se a natureza bacteriana ou viral de certas doenças.
 Como exemplos desta ação, poderíamos citar: o conhecimento de que o fogo destruía "as causas do mal", o valor da água fervida para a lavagem das feridas ou a aplicação de determinadas técnicas para a conservação de alimentos - salames, defumados, acidificações etc.
 Durante a primeira metade do século XIX, introduziram-se diferentes substâncias sulfuradas, iodadas e cloradas, utilizando-as não somente para o tratamento de determinadas afecções animais ou vegetais, mas como valiosos anti-sépticos para cura de feridas e para a prevenção e infecções em atos médicos ou em cirurgia.
 Resultou de grande valor a demonstração de Semmelweis [1847], ao assinalar que a simples lavagem e desinfecção das mãos dos médicos e veterinários com cloro, reduzia radicalmente as mortes habituais nos partos.
 Na segunda metade do século XIX, a lista de anti-sépticos e desinfetantes foi enriquecida com a introdução de vários sais de metais pesados, álcoois, fenóis e compostos iodados, cujas atividades microbicidas e esporicidas puderam fazer-se mais evidentes ao coincidir com a era das grandes descobertas bacteriológicas.
 O ato de desinfecção, - destruição ou eliminação de todas formas vivas infecciosas - tal como entendemos hoje em dia, parte das idéias de Koning e Paul, os quais comprovaram que os desinfetantes só podiam ser comparados sob condições controladas, tempo de contato entre germes e desinfetantes, meio térmico, substrato e possível interferências.
Ação dos desinfetantes
 Poderíamos definir um desinfetante como uma "substância ou composto que impede a infecção", ou dito de outra forma mais prática: "é um produto químico capaz de destruir germes e que se emprega para sanear locais onde temos as nossas aves".
 Dentro desta definição, cabem unicamente produtos que apresentam ação letal-germicida ou bactericida sobre os microorganismo, se bem que produzam ações sobre diversas formas mais resistentes: esporos, vírus, fungos, etc ...
 A desinfecção, embora cubra um amplo campo de atividade, procura, antes de tudo, a erradicação dos germes diretamente patógenos [responsáveis pela produção de doenças!.
 Do ponto de vista teórico, um desinfecção perfeita, com 100% de eficácia em uma instalação ornitológica, deveria ser motivo de erradicação de uma enfermidade ligada permanentemente ao aviário, coisa que, infelizmente sabemos, é muito difícil de se conseguir na prática.
 A ação de um bom desinfetante, que possua atividade letal para um microorganismo, essencialmente é a de uma "substância agressora que atua contra este, produzindo-lhe danos físicos, químicos ou enzimáticos".
 Geralmente cada germe apresenta um lado no qual os desinfetantes atuam como bacteriostáticos, passado a bactericidas a partir de certo nível.
 Os desinfetantes ou germicidas são substâncias muito heterogêneas, atuando em condições muitos diversas como também são os microorganismos sobre os quais podem atuar, que diferem entre si tanto em seu fisiologismo, como em seus hábitos de vida.
 A ação dos germicidas, a nível das bactérias, pode se produzir a nível superficial ou de "membrana" e a nível profundo ou "protoplasmático". HAYDEN assinalou que o fenol atuava interferindo em várias cadeias metabólicas, a sua destruição ao produzir uma alteração física que afetava a sua permeabilidade celular.
 Todos os ornitólogos amadores conhecem a patogenia de E. coli em nossos ninhos.
 Esta considerações nos levam a considerar a importância da técnica da desinfecção dos aviários, baseando-se nos seguintes pontos:
 1 - Cada desinfetante atua de uma forma determinada, em uma concentração definida e com margens de eficácia distintas para cada caso. São dadas grandes variações de cada produto desinfetante porquanto podem produzir-se inativações pela presença de substâncias antagônicas, tais como: matéria orgânica, sais minerais, ácidos, etc ... Por isso é imprescindível, antes de uma desinfecção ou desinsetação, efetuar uma limpeza mecânica a fundo no aviário.
 2 - Dentro de cada grupo de desinfetantes podemos ter substâncias com maior ou menor atividade, em função da sua própria estrutura molecular e do seu comportamento ante o germe que se pretende destruir.
 3 - O tipo de superfície a desinfetar condiciona a seleção do produto e sua dosificação em função de sua possível toxicidade, causticidade e persistência. A madeira e o cimento podem tolerar produtos que resultariam inadequados para gaiolas metálicas.
Comparação entre diferentes desinfetantes
 Revisadas as bases de uso aplicação de cada desinfetante, e conhecida a diversidade de mecanismos de ação, compreenderemos que existe uma evidente dificuldade na eleição dos desinfetantes, máxima se a desinfecção se efetua existindo aves na gaiolas ou viveiros. Recomendamos que em todo tipo de desinfecção geral, se retirem as aves dos criadouros, pelo menos durante 8 horas.
 Para comparar desinfetantes é preciso ter em conta as aplicações de cada um deles e suas margens de atividade.
 A valorização dos desinfetantes se baseia em ensaios efetuados em laboratório, que consistem em se colocar o germe que se quer destruir, ante uma dose de antisséptico e durante um tempo pré-estabelecido.
 Um método muito prático de avaliação consiste em averiguar "a mínima concentração" de um desinfetante que seja capaz de inativar um germe de "prova" em 10 minutos, o que se efetua através do chamado "teste de arratre".
 As provas de laboratório são indispensáveis para o criador talvez o sejam tanto práticas, que a ofereçam "in situ" provas de confiabilidade, não toxicidade e de verdadeira ação desinfetante.
 Para este tipo de provas prévias, torna-se indispensável fazer uma amostra de diversos pontos do aviário que se pretende sanear. As provas sobre as gaiolas, voadeiras, paredes e chão do aviário dependem das seguintes variáveis:
 1 - grau de umidade do aviário
 2 - homogeneidade das paredes e piso
 3 - qualidade da limpeza prévia
 4 - antecedentes patológicos, que nos levam a uma desinfecção a "fundo".
 De acordo com a maioria de autores especialistas, concordamos que os resultados obtidos em um determinado aviário, "não podem ser, em absoluto, extrapolados a outros", nem sequer naqueles em que existam aves da mesma variedade.
 Do ponto de vista de confiabilidade, em todo momento podem apresentar-se diversas objeções, pois assim como ocorre na ornitologia amadora, se trabalha com amostras reduzidas.
 Praticamente e em plano de divulgação, pensamos que onde se criam ou se mantenham lotes de aves de pequeno porte (exóticos, canários, periquitos, silvestres da fauna européia etc.), os desinfetantes de eleição são os derivados dos sais de AMÔNIO QUATERNÁRIO, que com diferentes marcas se oferecem no mercado, sem descartar os derivados iodados.
Resumo
 Os resultados que temos obtido em numerosas provas efetuadas nos confirmam que os máximos níveis de eficácia se alcançam quando o aviário tem sido submetido previamente e com pontualidade a uma limpeza em profundidade, o que nos faz pensar que a HIGIENE é o primeiro passo da DESINFECÇÃO. Com ela se reduz drasticamente a incidência de determinadas afecções patológicas de origem bacteriana, fúngica ou viral, ligadas ou condicionadas à contaminação por insetos ou outros vetores.
 Este é, pois, o procedimento mais apropriado e estendido:
 a - Limpar periodicamente o aviário e, por sua vez, desinfetá-lo.
 b - Utilizar unicamente desinfetantes de eficácia reconhecida.
 c - Procurar desinfetantes estáveis e não voláteis.
 d - Aplicar as doses adequadas de desinfetante "in situ", segundo as medidas do local ou aviário.
 e - Ter em conta as épocas de alta taxa de umidade e calor, para reiterar as medidas de higiene, DESINFECÇÃO e DESINSETAÇÃO, com isso se reduzirão notavelmente, a incidência de enfermidades e ectoparasitações em nossos aviários e voadeiras.

HIGIENE DO CRIADOURO

[Gaiolas]  [Utensilios]    [Poleiros]  [Bando com Agua]   
  [Banho de Sol]    [Unhas]




Gaiolas:
As gaiolas de arame galvanizado devem sempre estar limpas, onde recomendamos o uso de papel absorvente ou mesmo jornal onde se obtem o mesmo sucesso (para forrar a chapa galvanizada) , facilitando a limpeza e conservação da chapa.
As grades devem ser limpas pelo menos uma vez por semana (por este motivo as gaiolas devem ter duas grades de fundo uma para colocar na gaiolas e a outra para trocar na hora da limpeza). Se possível recomendamos uma vez por ano antes de iniciar a época de criação uma limpeza geral nas gaiolas e até mesmo pintá-las com tinta própria. 


Utensílios:
Os utensílios onde são fornecidos os alimentos e água as aves também necessitam de um bom cuidado e uma boa higiene para evitar doenças. Os comedouros e bebedouros podem ser lavados com sabão e jogar um pouco de água quente, e em seguida um desinfetante, e secados ao sol para evitar que as sementes e outros alimentos apodreçam com a umidade do comedouro. 


Poleiros:
Os poleiros de madeira também devem receber um tratamento especial.
É onde as aves passam a maior parte de sua vida e estarem sempre limpos, para evitar o aparecimento de microorganismos, bactérias e parasitas, que durante a noite atacam as aves, e durante o dia se escondem entre as ranhuras dos poleiros, o qual deve ser limpo utilizando algumas gotas de querosene ou outro produto desinfetante, o que é suficiente para matar estas parasitas. Os poleiros devem estar bem secos antes de recoloca-los nas gaiolas, pois se estiverem umidos podem causar reumatismos ou outras doenças nas aves. 



Banho com água:
Como todo ser as aves também gostam de fazer sua própria higiene, os canários se banham sozinhos, apenas coloque uma banhera com água limpa no interior da gaiola, que a ave se encarrega de tomar seu banho. Se a ave não gosta de tomar banho, você pode ajuda-la a fazer sua higiene, num dia bastante quente, pegue um pulverizador manual de plantas, regule o bico para uma nevoa fina; esguiche um pouco na ave e coloque-a ao sol, pois ela mesma se encarrega de secar e arrumar suas penas. 


Banho de sol:
Como o pássaro necessita de um banho com água, é muito importante que os pássaro tome também o seu banho de sol, o qual lhes trás bom vigor físico e recebem a vitamina "D", que é indispensavél no crescimento dos seres vivos.
-Importante: os pássaros não podem ficar muito tempo espostos aos raios solares, na vida selvagem eles sabem a medida certa do seu banho e em cativeiro é bom tomar alguns cuidados. O banho de sol é recomendado pela manhã entre as 8 e 9 horas e a tarde após as 16 horas. Para saber se o pássaro não ficou muito tempo esposto ao sol, você saberá distinguir com o tempo, variando da época do ano se o sol esta muito quente etc. Outro ponto para se observar é quando a ave abre o bico, o qual seria a hora certa de tirar a ave do sol. 


Unhas:
Como nós os pássaros possuem unhas e também crescem com o passar dos tempos. As unhas dos pássaros precisam ser aparadas, (geralmente se apara as unhas de canários adultos com mais de um ano).
Pegue o canário e segure-o firmemente, e olhe suas unhas contra a luz, você verá que existe uma pequena veia dentro da unha, localizando esta veia corte a uns 2 a 3 mm abaixo da veia tome o cuidado para não cortar este vaso sanguineo, pois poderá causar infecções ou até a morte do canário através de hemorragia. Caso acidentalmente isto ocorra cauterize o local com um palito de fósforo ainda quente, com uma faca ou coloque uma solução cicatrizante (Albocresil).
Pode usar também poleiros com lixa (são poleiros com uma tira de lixa na parte de baixo), deve ser colocado de acordo com a necessidade da ave.

LIMPEZA E DESINFECÇÃO DE AVIÁRIOS

José Carlos Benites
Revista ARCC Junho – 2001
Arquivo editado em 07/09/2001
  A criação de aves em ambientes confinados propicia o crescimento, propagação de microorganismos e parasitas que são prejudiciais à saúde destas e até das pessoas que as manuseiam. Por isso, alguns cuidados básicos devem ser tomados para evitar que estes agentes venham a contaminar e se desenvolver nos aviários.
  O importante é entender que nenhum programa de limpeza e desinfecção não pode substituir um bom manejo no aviário. A adoção de medidas como quarentena para novos pássaros, prevenção de contaminação transversal entre gaiolas e a utilização de fontes de alimentação e água de boa qualidade, são de fundamental importância para o sucesso na prevenção de doenças e contaminação por parasitas.
  A utilização de desinfetantes e produtos para controlar parasitas das aves, deve ser feita com muito controle e somente quando for extremamente necessário, pois estes produtos são tóxicos para as aves, para o homem e podem causar resistência dos microorganismos (bactérias) e parasitas (ácaros), ao seu princípio ativo, perdendo sua eficiência.
  A limpeza contínua é de extrema importância para evitar a infestação do aviário por agentes patogênicos e parasitas que infectam as aves. Os resíduos de alimentos como cascas de sementes e restos úmidos de farinhada que ficam de um dia para o outro, fezes, penugens, etc devem ser retirados diariamente, pois podem servir de substrato para o crescimento para tais organismos. Também deve ser feito um programa para limpeza e desinfecção das paredes, comedouros, bebedouros, poleiros e gaiolas. As pessoas que fazem o manejo, devem usar roupas e sapatos limpos, lavar bem as mãos e utensílios.
  Quando for necessário a utilização de desinfetantes, esta deve ser feita, seguindo as recomendações do fabricante (diluição e tempo de contato com o material), limpeza prévia das superfícies a serem desinfetadas. Também deve ser observado o grau de toxidade do produto utilizado para maior segurança dos animais e do homem.
  Existem vários tipos de desinfetantes no mercado, com diferentes princípios ativos, como o cloro, Glutaraldeído, amônia quaternária entre outros. A recomendação de cada uma destas substâncias pode ser feita de acordo com as condições do aviário e segurança no manuseio.
  Uma boa desinfecção é o resultado de um bom trabalho físico (limpeza de toda a matéria org6anica) e do desinfetante; por isto, a desinfecção deve ser feita quando o criador estiver completamente limpo, uma vez que os desinfetantes tornam-se ineficazes na presença de matéria orgânica.
  A seleção de um desinfetante depende da classe de enfermidades de maior incidência na região em determinada época, e das indicações sobre seu uso. É conveniente fazer-se rodízio periódico de desinfetantes.
  Os desinfetantes tem melhor atuação a temperatura de 18 a 21 C, devendo-se seguir as indicações e as regras de segurança.
  Os compostos de Amônia Quaternária apresentam como vantagens: são atóxicos, estáveis, não-corrosivos, podem ser aplicados na presença das aves e tem boa ação sobre bactérias gram-positivas. Entretanto, pequena ação em pH ácido, inativam-se (em parte) em presença de matéria orgânica, possuem pequena ação sobre bactéria gram negativas e são neutralizados pelos detergentes aniônicos (sabões), por este motivo indica-se o uso deste associado com Glutaraldeído, que facilmente encontra-se no mercado já associado com diversos nomes fantasias.
  Segue tabela apresentando um breve resumo dos princípios ativos dos desinfetantes mais comuns no mercado e a sua recomendação de uso.
1- Escolher um desinfetante que contenha Amônia quaternária associado com outro desinfetante, e atualmente temos no mercado várias opções como: Amoxes, Salvex, etc.
2- Fazer uma boa limpeza de toda a matéria orgânica, usando produtos de limpeza com cloro ativo.
3- Após o ambiente estar limpo e seco, fazer três pulverizações em dias alternados, utilizando sempre os mesmos horários, este preferencialmente deve ser no período da manhã em dias secos.
4- Devemos repetir a cada seis meses o mesmo procedimento, alterando apenas o princípio ativo do desinfetante.

MANEJO SANITÁRIO
MEDIDAS DE PROFILAXIAS ESSENCIAIS PARA PRODUÇÃO:


Revista UCCC 2004
Dr. José Giordano Penteado
Arquivo Editado em 02/Out/2004
/ - Introdução:
A passaricultura brasileira está no limiar de uma tecnologia. Não se pode descuidar de medidas de profilaxia, mas um momento para repensar a forma como essas medidas vem sendo utilizadas e os resultados obtidos. Com a falta de conhecimento da cadeia epidemiológica ou de transmissão de doenças em população de aves.
É necessário ser precavido antes do aparecimento (anatopatológico, microbiológico, virológico, sorológico), mas ter as medidas de assepsia e medidas de saneamento como limpeza e desinfecção de objetos e instalações.
Os microorganismos ou parasitas ou agentes de doenças  (bactérias, vírus, protozoários, helmitos) são parasitas obrigatórios que dependem de animais vertebrados para multiplicação/reaplicação, fontes de infecção. Uma vez cumprido o ciclo interior das fontes de infecção, são eliminados para o exterior, onde ele permanecerá contaminando o meio ambiente. Sendo agente ele terá de entrar em uma nova ave ou outro animal através do chamado "Porta de Entrada".
O parasita penetra no organismo sadio e completa o ciclo e a doença perpetuam no ambiente.
Costumamos dizer que um aviário gasta muito com medicamento e usa pouco desinfetante e quem investe em desinfetante utiliza  pouco medicamento.
Recomendamos sempre utilizar desinfetante, para limpeza, a utilizar medicamentos.
//- Transmissão:
1-) Infecção:
Definição: Animais albergam o parasita em seu organismo e  eliminam por algum meio para o exterior.
Modalidade: Doentes, portadores e reservatórios.
Doente: aves/animal que manifesta sinal de doença que podem ser:
Típicos: sintomas características da doença e mostra o diagnostico clinico.
Atípicos: sintomas graves ou leves não permitem o diagnostico
clinico
* Portador: não tem sintoma no momento, mas esta contaminado e podem ser:
a) Portador sadio: não tem e não terá a doença, mas transmite a doença.
b) Portador em incubação: não teve a doença, mas terá assim que passar o tempo de incubação.
*Reservatório: tem parasita, carrega e transportam eliminando-os para o exterior, para novas contaminações.
2-) Eliminação: ocorre via: ovo, secreções, excreções, descamações cutâneas, restos de penas, pó de penas, etc.
3-) Transmissão: É o meio utilizado para a nova contaminação e pode ser:
a) contagio direto: contato do infectado com o sadio.
b) contagio indireto: Transmitem: via ar (aerógena), via objetos inanimados (fômites), pêlos espirros, pela tosse ou outro tipo de  secreção. Resumindo tudo que é eliminado pode contaminar,
 inclusive os equipamentos, bebedouros, comedouros, pisos, tratadores, etc.) e reinfectar novas aves.
Vetores biológicos e mecânicos, o biológico tem de completar seu ciclo biológico para aumentar a dose infectante e continuar contaminando, e os mecânicos necessitam rapidamente de um novo ser para viver e utilizam insetos, mãos para causar doenças.
Alimentos: são importantes vias de transmissão, e percorrem longas distancias contaminando áreas nunca antes infectadas.
Água: os agentes entéricos principalmente são transmitidos por esses veículos.
4-) Porta de entrada; pele, folículo de penas, fossas nasais, conjuntivas e bico.
5-) Susceptíveis: e o novo infectado, variando de acordo com a idade, raça, etc.
Ill-Profilaxia:
Profilaxia é não deixar acontecer à contaminação, como impedindo a finalização que é entrada em uma ave sadia, matando antes pelo processo de limpeza, ou seja a desinfecção.
IV- Medidas profiláticas:
São representados pelo tratamento, isolamento, vacinação e  desinfecção de tudo.
Funcionários: higienizados e asseados.
Visitantes: é ai o nosso calcanhar de Aquiles; pois mostramos nossos criatórios a outros criadores e visitamos vários no mesmo  dia, contaminando assim todo ambiente, (não vejo como amenizar isso, no nosso processo inclusive comercial). Não devemos deixar que as visitas toquem os alimentos a serem utilizados, as aves, os equipamentos, etc.
Água deve ser analisada ao menos duas vezes por ano.
Utensílios limpos, lavados, desinfetados ou esterilizados e guardados sempre limpos depois do uso.
Ar: utilizar quantidade adequada de aves por m2, utilizar troca do ar  no ambiente pelo menos de uma vez por hora.
V- Medidas gerais de profilaxia:
Educação, ser limpo, treinar funcionários, premiar a limpeza.
VI- Normas para uma boa desinfecção:
Lavar todo equipamento, mãos, etc. Depois usar a solução necessária para a desinfecção na concentração e pelo tempo necessário. (ver rótulos dos produtos).
Existe no mercado vários princípios ativos e milhares de produtos comerciais.
Cloro ativo, cloreto de alquil dimetil benzil amônio, dióxido de cloro, oxaldeido, cloreto de benzalcônico, blends de quaternários de diversas soluções, clorexidina, biguanida polimérica, iodo glyoxal, peróxido de hidrogênio, estabilizado, formaldeído, glutaroldeido, etc.
No momento, particularmente utilizo o Lavifen, cloreto de benzalcônico que é utilizado em hospitais para desinfecção de material cirúrgico, salas, etc. E pode ser utilizado até como desinfetante de água usando a dose de 1:5000.
Lembre-se que ,ateria orgânica inativa os desinfetantes, sempre limpar, lavar, antes de desinfectar, e guardar tudo sempre desinfetado.
Vamos investir na desinfecção e não gastar com os medicamentos.

TÉCNICA PARA LAVAR OS PÁSSAROS
PREPARAÇÃO PARA CONCURSO E EXPOSIÇÃO

REVISTA PÁSSAROS NR0 23/2000
Giorgio de Baseggio
  

 Permitir um banho regular, durante todo o ano aos pássaros de gaiola e de viveiros, é uma norma que deve seguir cada bom criador. Em teoria necessita-se colocar em condições para que todos os pássaros criados possam efetuar os seus banhos diários; existem banheiras apropriadas, as quais devem ser bem colocadas bem limpas e desinfetadas com soluções aquosas de sais quaternários de amônio. Deve-se observar preventivamente a não utilização de substâncias ADERENTES no líquido do banho, ou seja, substâncias que venham juntar-se para favorecer a adesão às paredes, gaiolas etc; estes ADERENTES são danosos aos pássaros porque cobrem a plumagem com uma "película" e são irritantes aos olhos. Os produtos contendo sais quaternários de amônio devem ser utilizados nas dosagens indicadas pelos produtores (normalmente 1 colher de café para 1 litro de água de banho: para ação desinfetante e antimicótica usa-se 1 colher das de sobremesa por litro de água e esta dosagem é contra-indicada para banho ou limpeza dos pássaros.
 Um banho regular, além de permitir uma boa manutenção da saúde dos pássaros. Os pássaros gostam de banhar-se diariamente também durante o outono e o inverno, em água fria (mas não gelada), canários de cor e canários de todas as raças e todos os indígenas, a maioria dos exóticos, se saudáveis e bem alojados aceitam muito bem o banho diário ou em dias alternados. Entretanto, as raças delicadas, algumas espécies de exóticos granívoros e insetívoros podem banhar-se em intervalos mais longos, em ambientes secos, totalmente sem correntes de ar, com água ligeiramente morna (sobretudo para os Giber Itálicos e o Giboso Espanhol, que não tem penas em certas partes do corpo) nas estações mais frias do ano.
 Para alguns pássaros, mesmo oferecendo-se banheiras com água, há uma recusa de imergirem na água; isto é normal para certas espécies (ex: Melopsittacus undulatus que preferem que esfreguem as penas contra verduras molhadas), mas anormal para certos canários.
 Para estes útimos não resta alternativa que efetuar-se uma boa borrifação, sem exageros, através de alguns borrifos que são adquiridos em floricultura; dissolve-se uma colher das de café de sais quaternários de amônio para cada litro de água.
 Seja quando se coloca as banheiras ou quando se usa a borrifação colocando-se o pássaro em uma gaiola e realizar-se a operação fora do local da criação, devido que qualquer tipo de borrifação aumenta o percentual de umidade do ar e isto é um fato negativo em um local de criação: de fato, quanto mais se desenvolvem certas formas de doenças bacterianas e fúngicas.
 É óbvio que a gaiola contendo os pássaros que tomam banho (através da banheira ou da borrifação) deve ser bem limpa, pois de outro modo a plumagem se sujaria e isto é um fato negativo, sobretudo para os pásaros que devem ir para concurso ou exposição.
 O fundo da gaiola ou a bandeja deve ser coberto por papel limpo do tipo absorvente e os arames devem ser bem zincados e esmaltados (a ferrugem suja a plumagem).
 OS únicos períodos nos quais convém se evitar a borrifação são: durante o período de reprodução (a borrifação pode espantar a fêmea que pode interromper o choco ou alimentação de filhotes, ou descondicionar excessivamente os reprodutores, notoriamente mais ansiosos e medrosos se confrontando aos períodos não reprodutivos, que podem em casos extremos, também parar o ciclo reprodutivo devido ao descondicionamento hormonal; esta última situação é mais freqüente nas espécies silvestre ou ainda não bem adaptadas à vida no estado de cativeiro) e durante o período da muda, pelo perigo de resfriamento.
 Banhos ou borrifações devem ser feitos sempre antes das 15 horas para evitar que os pássaros durmam molhados ou úmidos, pelo perigo de resfriamento.
Como lavar os pássaros que serão expostos em concurso ou exposição
 A lavagem das penas constitui-se um trabalho um tanto quanto delicado, porque o corpo do pássaro é muito sensível a cada tipo de manuseio e, em cada caso, não deve tê-los muito apertados na mão.
 Lembremo-nos que sempre que pegamos um pássaro na mão, ele sofre um stress mais ou menos sério.
 Portanto a “lavagem manual” é uma operação que se faz somente para espécies ou raças mais domesticadas ou mais letárgicas (muitas raças de canários de forma e postura lisis e frisados habituados ao contato humano etc.); embora para os canários de cor e raças, sejam indígenas ou exóticas, aconselha-se evitar a captura difícil e o trabalhoso banho a mão; muito melhor oferecer-se a banheira ou borrifar-se.
Dois grupos de canários e alguns conselhos
 CANÁRIOS que devem ter a PLUMAGEM FRISADA;
 CANÁRIOS que devem ter a PLUMAGEM VAPOROSA.
 Esta subdivisão, orientativa para os criadores, torna-se necessária para metodologia da “lavagem manual” a ser descritiva porque certos ingredientes do banho favorecem ou a uma plumagem aderente e sedosa ou uma plumagem fofa e luzente. Assim, por exemplo, um SCOTCH não pode ser lavado com um ingrediente que favoreça a fofura nem, pelo contrário, um NORWICH pode ser lavado com um ingrediente que torna a plumagem aderente. O criador que pela primeira vez prepara a “lavagem manual” dos próprios pássaros, deve antes praticar lavando  outros pássaros que não irão para o concurso ou exposição.
 Desta forma, se os primeiros resultados da lavagem não forem satisfatórios (devido a eventuais erros na “técnica do banho”) pode-se pesquisar as causas negativas que provocaram o resultado negativo. Aos poucos, com a prática, seguindo atentamente a metodologia a ser citada, aplicando durante a operação a devida cautela na lavagem das pequenas penas, o criador experiente irá obter resultados satisfatórios. Aí então poderá aplicar a correta técnica também nos preciosos exemplares que irão para o concurso e para exposição. Lembrar-se sempre que um pássaro lavado recentemente pode manchar facilmente a própria plumagem (daí a necessidade de aloja-los em lugares bem limpos e com arames sem ferrugem).
Preparos e utensílios
 Quando se prepara os pássaros que devem ser expostos, o criador não só deverá preventivamente adestrar-lhes a exibirem-se sem temor, mas deverá certificar-se que a plumagem seja imaculada, sem penas sujas especialmente em volta do pescoço e na cauda, partes da plumagem que se sujam mais facilmente.
 Normalmente a “lavagem manual” é feita uma semana antes do dia do concurso ou exposição.
 Para lavar os pássaros deve-se preventivamente munir-se dos seguintes preparos:
 3 ou 4 recipientes de ½ litro de água, mas o ideal seria em água corrente em filete e morna se possível;
 Um shampoo neutro para criança, tipo que não irrite os olhos (ex: “Johnson”);
 Uma garrafa de vinagre de maçã de boa marca;
 Um recipiente contendo glicerina;
 Um pincel de barba de pêlos muito fofos ( melhor dois pincéis) e uma escova de dentes macia em forma de triângulo, para lavar a cabeça;
 Um recipiente contendo, bem fixado, sabão neutro de boa marca;
 Papel toalha bem absorvente;
 Uma esponja natural, muito macia (não de plástico);
 Alguns cotonetes (dos utilizados para limpeza de ouvidos humanos).
 Além disso é necessário secar-se a plumagem e para tanto pode-se usar:
 Uma fonte de calor (observar para não haver alterações quanto a oxigenação);
 Ou um local (diferente do de criação) bem quente, com temperatura acima de 230 C.
 E agora deve-se ter PRECISÃO, PROTEÇÃO e DELICADEZA.
 Com estes “ingredientes”, uma boa prática conferirá gradualmente aquela experiência que permitirá lavar, em uma hora, uma dúzia de pássaros para concurso ou exposição.
Procedimento
 A gaiola-hospital não permite, por problema de espaço, secagem de dezenas de pássaros. Portanto, para aqueles que podem utiliza-la o número de pássaros deverá ser limitado.
 Pode ser utilizado uma voadeira contendo duas lâmpadas, uma de 150 watts e outra de 60 watts, que seja espelhada na parte de baixo, por dentro da voadeira na parte superior uma de cada lado. Colocar 4 poleiros 10 cm acima da grade, a voadeira deve estar coberta com pano em todos os lados e a aprte de cima, deixando apenas uma abertura na porta da voadeira. Os pássaros não devem ser retirados totalmente secos da gaiola, porque assim a plumagem fica mais perfeita.
 Um local quente (bem fechado, para evitar qualquer perigo de corrente de ar) pode conter um número elevado de pássaros molhados.
 O sistema acima é o mais praticado pelos criadores; em um local diferente daquele da área de criação (isto para evitar esta troca brusca de temperatura e de umidade, sempre contraproducentes para todos os pássaros de uma criação: perigo da “falsa-muda” etc.). Outro sistema para secagem de pássaros é usado uma fonte de calor (estufa elétrica etc) se coloca no meio da sala e, em volta se coloca a gaiola de exposição ou outra (bem limpa, desinfetada e sem arames enferrujados), recoberta em todos os lados (exceto aquela da fonte de calor) por uma flanela ou outro tecido que retenha o calor. Convém se colocar um termômetro dentro desta gaiola recoberta e, aproximando-se ou afastando-se a gaiola da fonte de calor se mantém a temperatura por volta de 28 a 300 C.
 É necessário evitar-se uma secagem muito rápida (o que significa deixar-se a gaiola contendo os pássaros molhados a uma distância muito próxima da fonte de calor), ou seja, um calor excessivo que facilitaria uma plumagem desarrumada e antiestéticos frisos (para as raças de plumagem lisa) que podem perdurar por várias semanas: ao contrário, uma secagem muito lenta (gaiola muito distante da fonte de calor) coloca em perigo o pássaro que, pela queda de temperatura pode ser acometido de todas as complicações que se pode facilmente imaginar.
A manipulação dos pássaros

  Como já foi visto, para ter-se prática é melhor adestrar-se lavando pássaros que não irão ser expostos. Quando se obtiver bons resultados com estes, o criador poderá então lavar manualmente os pássaros que deverão ir para o concurso ou exposição. Os canhotos seguram o pássaro com a mão direita; a maioria, os destros, seguram com a mão esquerda, delicadamente, mantendo o polegar e o indicador em volta do pescoço, sobre o ombro, no sentido de evitar que a cabeça possa sair, com conseqüente fuga.
  No primeiro recipiente coloca-se água morna com um pouco de shampoo; emerge-se o pincel de barba ou escova de dente e, delicadamente, manejando o pássaro na mão, se esfrega toda a plumagem sempre na direção cabeça-cauda (ou seja, na direção da pena e NUNCA ao contrário).
  Pode também lavar em água morna e corrente, saindo apenas um filete é mais rápido e higiênico. Para toda a lavagem é preferível usar a água sem cloro ou água da caixa porque contém menos cloro, o ideal seria água de chuva.
  Com um bastonete, embebido em água com shampoo, limpa-se a cabeça, face e pescoço do pássaro, tendo-se cuidado para que a água não atinja o bico ou os olhos (mesmo um baby-shampoo irrita os delicados olhos dos pássaros). Colocar bem a cauda na água com shampoo e lavar, junto as asas mantidas abertas, com o pincel de barba ou escova de dente macia.
  Primeiramente se lava a cabeça, a nuca, depois o dorso, os ombros, as asas (as asas são abertas e colocadas entre o indicador e o polegar da mão esquerda ou da direita quando se é canhoto e, com a outra mão, através do pincel de barbear, se lavam as asas, sobretudo nas extremidades onde há mais sujeiras), o uropígio e a cauda. Depois, delicadamente, se coloca o pássaro com o ventre para cima e, sempre seguindo a direção as plumagem (cabeça-cauda), são lavadas as partes inferiores, começando pela face, pescoço, peito, abdômen, subcauda e a raiz da parte inferior da cauda.
  Porém, para os exemplares mais irrequietos, deve-se lavar inicialmente o corpo, deixando-se por último a cabeça; deste modo o pássaro ficará mais trnaqüilo e não se debaterá durante a lavagem da cabeça.
  Nenhum pássaro gosta de ser colocado de “barriga pra cima” e, sobretudo os mais irrequietos, debatendo-se, podem fugir da mão; porém é possível controlar-se seus movimentos colocando-se o polegar e o indicador (formando um pequeno anel) entre a cabeça e o ombro, controlando o seu fechamento para evitar o seu fechamento para evitar a saída da cabeça, porém evitando-se apertar muito para não sufoca-lo; com o dedo mínimo se pode também manter-se a subcauda. Adquirida um pouco de experiência é possível lavar bem as partes inferiores circulando o pássaro uma primeira vez sobre o flanco que será voltado com o dorso para o alto.
 Como lavar a cabeça e o topete
  Após imergir-se todo o corpo no primeiro recipiente (água +shampoo) se faz uma posterior lavagem de “imersão”.
  A cabeça, como já foi dito, através dos bastonetes (“cotton-styikes” ou “cotton-wool”) é acuradamente lavada (evitando olhos e narinas) na fronte, vértice, occipital, nuca, sombrancelhas, coberturas auriculares, face (zigoma), bigodes e pescoço.
  Nos exemplares com topete (tipo GLOSTER COM TOPETE, CREST) etc.) arruma-se delicadamente as penas, a partir do centro do topete (“coroa”) ajustando-as e, com a extremidade do bastonete embebido em água e shampoo, esfregar na direção da pena, estando muito atento para não arrancar nenhuma pena durante a operação.
  A esta altura, passando-se delicadamente um dedo da mão sobre a plumagem molhada, sempre em direção da cabeça-cauda, faz-se escorrer a maior quantidade de água e shampoo. O pincel de barbear (ou ainda melhor, utilizandfo-se um outr pincel, exclusivamente para esta operação) precedentemente utilizado, em um recipiente contendo água pura colocada à parte, é bem lavado e espremido; depois passa-se sobre sabão neutro e depois é molhado; depois repassa-se sobre toda sobre toda a plumagem do corpo do pássaro do mesmo modo já descrito.
  Se o pássaro não estava muito sujo, a utilização de sabão neutro pode ser evitada.
 O reenxaguo
  Após o ensaboamento deve-se fazer o reenxuguo do pássaro. Esta operação é importante na lavagem com shampoo, porque cada traço de sabão deve ser removido para se obter um perfeito resultado final.
  Na segunda xícara, contendo água pura morna (cerca de 400 C), se imerge todo o corpo do pássaro (obviamente com exceção da cabeça); se abre as asas e a cauda; através da outra mão (com ou sem esponja) se recolhe água pura e se joga delicadamente, escorrendo sobre a cabeça do pássaro (esta operação deve ser feita antes de reenxaguar o corpo, porque a água está com pouco ou sem nenhum sabão; se ao contrário, se lava a cabeça por último, a água ensaboada pode entrar nos olhos provocando ardor) mais vezes (estando bem atento a não atingir as penas do topete, quando o pássaro  possui); depois se lava toda plumagem restante (com mais reenxaguos e renovando a água a cada reenxaguo).
  Feito isso, passando delicadamente o dedo sobre a plumagem consegue-se fazer escorrendo maiôs quantidade de água das penas.
  Na terceira xícara é colocada água morna na qual é adicionado: ou uma colher das de café de GLICERINA; ou uma colher das de café de um bom VINAGRE de maçã ou uva.
  A GLICERINA favorece a formação de uma plumagem elástica, muito macia, sedosa, vaporosa e mais cheia e é, assim, indicada para aqueles pássaros que devem exibir este tipo de plumagem (ex: NORWICH, GLOSTER, FRISADOS etc). Pode-se juntar à glicerina algumas gotas de limão que neutralizam traços de sabão.
  O VINAGRE, ao contrário, favorece uma plumagem brilhante e aderente; de tal modo é indicado para exemplares cujo standard prevê este tipo de plumagem (ex: SCOTCH, BOSSU, HOSO, PERIQUITOS ONDULADOS, espécies indígenas e exóticas de “tipo silvestre” etc.). Utiliza-se uma colherinha de glicerina (com 20 gotas de limão) ou de vinagre para cada litro de água.



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